Situada na Praça Luís de Camões, em pleno coração da cidade mais alta, ergue-se imponentemente a Sé Catedral da Guarda. A sua construção iniciada no reinado de D. João I, por volta de 1390, prolongou-se por 150 anos, até cerca de 1540. Este longo período construtivo, justifica os diferentes estilos arquitetónicos, aplicados no templo: o Gótico e o Manuelino.
Do primeiro sobressai a planta, a cruzaria de ogivas e para o imponente portal virado para a Praça Luís de Camões. Por sua vez, do Manuelino destacam-se os arcos trilobados, as elegantes colunas torsas e o portal principal.
Interior da Catedral
No interior a atenção recai para o majestoso retábulo escultórico, em pedra de Ançã, da autoria do grande mestre da renascença coimbrã, João de Ruão. Com cerca de 110 imagens, tem como tema central a Vida de Cristo, e organiza-se tematicamente em vários registos. Apresenta os 12 Apóstolo, 8 Profetas, as cenas da Anunciação do Anjo Gabriel a Maria, do Presépio, da Adoração dos Magos, da Apresentação de Jesus no Templo, e no topo as cenas do Caminho para o Calvário, da Crucificação e da Descida da Cruz. Destaca-se ainda a presença de Deus, a coroar a composição e no centro do retábulo, a imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral, ladeada por Anjos Músicos. É um conjunto de grande emotividade e com uma enorme carga simbólica e religiosa.
De evidenciar também as sete capelas que ladeiam o corpo da catedral, de entre as quais se destacam a Capela dos Pinas (fundada por D. João de Pina). Exibe uma notável portada com decoração renascentista, e no interior, com abóbada estrelada, encontra-se o túmulo com a estátua jacente do fundador. A outra capela existente, é a capela dos ferros, que exibe no interior um retábulo em pedra de Ançã, dedicado a Nossa Senhora da Anunciação. Ambas capelas são renascentistas, enquanto as restantes cinco capelas, são já setecentistas.
De salientar também o cadeiral barroco, e os retábulos Neorrenascentista, dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, e o Neogótico na capela do Santíssimo.
Exterior da Catedral
No exterior, de realçar as gárgulas figurativas e em forma de canhão, que ainda hoje constituem um dos mais enigmáticos, pedaços da história do monumento. Os arcobotantes, destinados a suster o peso das grossas paredes de granito, e os imponentes contrafortes, rematados em forma de agulha. Os beirados dos terraços decorados com ameias em flor-de-lis, dão um toque de beleza a este imponente monumento.
Não se fique pela vista do exterior, entre na catedral, atreva-se a subir aos terraços e desfrute de uma magnífica vista panorâmica!
Adaptação de texto original de Alcina Cameijo