Reza a lenda que na origem deste convento masculino, (da Ordem de São Francisco), terá estado a passagem de São Francisco de Assis pela Guarda, em 1214. Terá ocorrido quando vinha de Ciudad Rodrigo a caminho de Santiago de Compostela. São Francisco terá então descansado à sombra de uns carvalhos, santificando assim, o terreno sobre o qual se contruiria depois o convento.
Não é possível datar com rigor a data da sua construção, mas sabe-se que os franciscanos se instalam fora da cerca, no século XIII (1246?), e que em 1298, estavam em curso as obras de edificação do convento. O convento situava-se extramuros da muralha, embora próximo da cidade. Junto ao Campo da Feira, que constituía o rossio medieval, de onde partia o caminho para leste (Riba Côa e o Sabugal).
Construído em período medieval, sofreu diversas intervenções nos séculos seguintes. Em 1834 é decretada a extinção das Ordens Religiosas e a nacionalização dos bens conventuais. E a este espaço iriam ser atribuídas outras funções.
Em termos arquitetónicos, este edifício conventual apresenta uma planta retangular e inclui num dos lados a igreja. Esta dispõe de uma planta longitudinal, composta pela nave e capela-mor. Claustro de planta quadrada com arcaria contínua no primeiro piso. A fachada principal, integrando endonártex, é composta por três panos separados por pilastras. Sendo o pano central rematado por frontão angular. Possui portal em arco abatido, encimado por uma janela de sacada em arco pleno, enquadrada por pilastras e volutas.
É de salientar a presença pontual, de gárgulas de canhão. Da construção medieval, restam talvez alguns arcos plenos entaipados e uma fresta estreita com capialço.
Atualmente funciona nestas instalações, o Arquivo Distrital.
Adaptação de texto original de Alcina Cameijo
