A Guarda medieval estava rodeada de espessas muralhas em cantaria de granito, de maior ou menor altura, conforme o local o exigia.
Possuía quatro torres que aumentavam assim a eficácia defensiva da fortificação tornando-a inexpugnável. Destas torres, duas fortificavam as portas de entrada na cidade: a Torre da Porta Nova e a Torre dos Ferreiros. A Torre da Porta Nova também conhecida como Torre do Mirante das Freiras, é hoje desaparecida.
Esta imponente torre de planta quadrangular, virada a nascente, deverá datar de finais do século XIII, inícios do séc. XIV. Protegia a chamada Porta dos Ferreiros que constituía uma entrada em cotovelo.
No interior da torre dos ferreiros existem três portas, uma das quais em guilhotina, que, quando fechadas, tornavam a torre inexpugnável. Em termos arquitetónicos, esta possui dois vãos de acesso. um na face oeste, apresentando um arco de volta perfeita, no extradorso e um arco abatido no intradorso, encimado por passadiço. Na face sul, possui uma porta em arco de volta perfeita, sendo o do interior emoldurado por um amplo arco, apontado, de arestas biseladas.
Os silhares apresentam marcas de canteiro de formas diversas que se destinavam a identificar a autoria do trabalho, de forma a determinar o valor a pagar a cada canteiro. No interior do cotovelo surge o nicho devocional dedicado ao Senhor dos Aflitos.
Texto de Alcina Cameijo